Páginas

- - - - VISITE TAMBÉM - - - -

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Comentando sobre "The Great Divide" (2005) - Scott Stapp (vocalista do Creed)

                                                 

THE GREAT DIVIDE foi lançado em 2005. A alguns dias meu amigo e músico Armando Canhete me indicou o trabalho solo dele, Scott Stapp, vocalista da banda Creed. No início fui surpreendido: "Scott Stapp lançou um CD solo?" (pasmem, eu não sabia, e garanto que muitas pessoas também não!). A segunda foi: "Um álbum cristão?!"

Sim, um álbum cristão, com letras profundas e agressivas. A primeira faixa do CD, a Reach Out, é agressiva e traz verdades que podem ser observadas pela carreira profissional e vida pessoal de Scott Stapp. Pelo conteúdo proposto, e lançado, não considero um álbum comercial apesar do efeito "Vocalista da banda - Agora vocalista solo",  ser aparentemente voltado ao lucro, as letras foram mais diretas, descrevendo posições cristãs claras como "I'm down on my knews (...)" início do refrão da faixa Surround Me, que quer dizer "estou de joelhos" e pede para "cercá-lo", não deixá-lo fugir ou ir embora.

A palavra cerco (empregada na música relatada anteriormente) também tem conotação cristã. Referenciada a unipresença e unipotência de Deus, que cerca, está ao derredor e zela pelos seus servos (ovelhas): "Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei." (em Bíblia, livro de Ezequiel capítulo 34, versículo 11).

        

Na banda, Creed traz mensagens cristãs subtendidas como na música Rain (chuva), do trabalho mais recente em 2009 o álbum Full Circle. Novamente, venho enfatizar o conteúdo com passagens bíblicas: "Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus" (em Bíblia, livro de Hebreus capítulo 6, versículo 7). A chuva é exposta na música como sinal de esperança, renovo. A bíblia idealiza dessa mesma forma esse fenômeno natural. Estava lendo as letras de Full Circle - 2009, o novo álbum da banda, e percebi que agora está sendo um pouco mais exposto as mensagens cristãs, com mensagens de superação, insentivo a análise e confrontação pessoal.

Que a banda Creed tem "um pezinho na igreja" isto muita gente já sabe, apesar das situações tristes em que Scott Stapp se envolveu ao longo de sua carreira, o envolvimento com drogas e o alcoolismo, contradizendo qualquer atitude cristã que se possa considerar.

Caso queira descobrir mais a respeito de Scott Stapp, vai ai minha indicação de site: 


Este link abaixo cai direto nos conteúdos relacionados ao Creed Scott Stapp:

(caso esteja com dificuldade de acessar os links copie e cole no navegador!)


Mas como venho trazer comentários a respeito do "The Great Divide", vamos ao ponto:


O Trabalho Vocal

Além de contar com uma timbragem original e inesquecível, Scott consegue trabalhar músicas pesadas com facilidade, a voz rouca com os gritos mostram o domínio das notas, suas sustentações e as variações vocais que ajudam a caracterizar cada música minuciosamente. Coube muito a voz dele a proposta do trabalho com os gêneros post-grunge (já trabalhado anteriormente na banda), o rock alternativo e o próprio rock. A satisfação de ter gravado um trabalho solo, o que é muito válido à carreira profissional, vem juntamente com sua participação ativa e direta na produção do álbum, com o produtor John Kurzweg, que foi popularizado por produzir o Creed na década de 90 até 2000 e ajudou-os a se popularizarem mundialmente. John também foi tecladista nos 3 primeiros álbuns da banda.

             


A gravação de pistas diferentes para Scott ficaram impecáveis, quando sobrepõe-se as vozes, até mesmo para os ouvidos mais chatos. Dá para perceber que ele domina bem as "oitavadas", que seria o alcance da mesma nota, mas com um tom acima dela. A produção soube explorar bem esse recurso, bem como a sobreposição de notas da voz na mesma altura (basicamente uma duplicação da nota cantada, porém com um trabalho leve, mas perceptível na frequência, para dar ênfase aquele período). A linha melódica ficou bem inserida, conversando com os instrumentos. O uso de efeitos na voz ressalta bem sua técnica, não havendo omissão técnica aparente.
            

Esta é a segunda semana seguida que ouço o CD, e não estou enjoando. Por mais que o trabalho instrumental não traz inovações, ou solos geniais, até por que o centro das atenções é o trabalho vocal, mas são músicas que lembram muito o ritmo do dia de um ROQUEIRO! E recomendo para os fãs de Creed que ainda não escutaram, e também para os que não acompanham., enfim, para  todos! O que me espanta ainda são as letras e os seus significados: Verdades de alguém que pode falar verdades, pois viveu todas elas. Querendo ou não.


Um abraço a todos!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Comentando sobre "Oficina Elektracustika G3" (2007)


2007 foi um ano de muitas surpresas para mim, e no meio musical, uma surpresa surge como uma boa notícia, uma boa nova. A Oficina G3 lança o seu projeto Eletracústico.

Oficina G3 é a banda de metal/rock cristão atualmente bem repercutida. Teve seu ápice de popularidade com o vocalista, e atual solista, PG. Despontou com força na sua fase mais "pop", mas a desgosto de muitos. Hoje volta com força e muito peso no seu último trabalho, o "Depois da Guerra" (DDG), lançado em 2008, produzido por Marcelo Pompeu e Heros Trench (da banda Korzus). Em uma próxima ocasião, mencionarei com detalhes esta outra obra, que é muito interessante.

Bem, mas vamos ao Elektracustika. Não restam sombra de dúvidas que é uma das obras primas do ano no Brasil. E isso não é exagero!

Elektracustika marca a maturidade da banda, em uma das suas fases mais conturbadas, eu diria, por conta da própria produção e o estilo proposto, pois uma das maiores brechas para crítica cair em cima. O gênero acústico, mais precisamente este que envolvem elementos elétricos, o eletracústico. Uma das principais questões é a técnica, ela fica muito evidente no trabalho, fora a própria mescla de instrumentos.

      Duca Tambasco (baixo), Juninho Afram (guitarra) e Jean Carllos (teclado)

Duca Tambasco desenvolveu um trabalho excepcional, o baixo está nítido e legível nas músicas. Riffs muito bem encaixados com influencias de jazz, trazidas por Jean Carllos (tecladista) que por sinal empregou muito bem os timbres de sintetizadores. A voz marcante de Juninho Afram com solos grandiosos no violão e guitarra, que por sinal ainda são solicitados para demonstração, pude presenciar em wokshops dele. A banda conta ainda com participações de convidados como Celso Machado (violão e guitarra) e Alexandre Aposan (bateria). A flauta celta que aparece na introdução, Além do que os Olhos Podem Ver e Cura-me é executada por Matheus Ortega.

Em suma, muitas são regravações de algumas músicas que acompanharam a banda praticamente no início da carreira, agora reproduzidas com primazia, afinal de contas são duas décadas de estrada. A roupagem nova que a banda Oficina G3 trouxe é surpreendente até mesmo aos fãns, que sempre esperaram um som pesado com muita distorção e sequências progressivas de rock.

Ao todo são 14 faixas sendo 9 regravações e 5 inéditas. Suas letras são emocionantes. Não só o instrumental, mas a maturidade é alcançada com letras bem interpretadas, um arranjo vocal bem trabalhado. O trio não só toca como demonstram no CD um domínio vocal respeitável.



  Equipe do Oficina G3, entre eles técnicos, auxiliares, empresário e a banda


O álbum ganhou o disco de ouro pela ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), depois das 50 mil cópias vendidas. Para quem aprecia a boa música, especialmente um som acústico com espelhagem em rock progressivo, este CD traz um dos melhores conteúdos do gênero a oferecer.

Site oficial da banda: oficinag3.com.br/